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Surto de mpox: emergência global declarada pela OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou recentemente o surto de mpox uma emergência de saúde pública de interesse internacional. Esta decisão veio após a cepa mais letal do vírus, clado Ib, se espalhar para quatro novos países na África. A situação é crítica e requer respostas rápidas e coordenadas para conter a transmissão e salvar vidas.

Surto de mpox emergência global: Declaração da Organização Mundial da Saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na quarta-feira que o atual surto de mpox emergência global em África é um problema de saúde pública de interesse internacional. A decisão foi tomada após a confirmação de que a cepa mais letal do vírus, conhecida como clado Ib, havia chegado a quatro países anteriormente não afetados no continente africano, enquanto anteriormente estava contida na República Democrática do Congo (RDC).

Especialistas independentes se reuniram virtualmente na quarta-feira para aconselhar o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, sobre a gravidade do surto. Após a consulta, Tedros anunciou que declarou uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, o mais alto nível de alerta segundo a lei de saúde internacional.

O Alerta da Organização Mundial da Saúde

O Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou a preocupação com a detecção e rápida propagação de uma nova cepa de mpox no leste da RDC e sua disseminação em países vizinhos que não haviam relatado casos anteriormente.

“A detecção e rápida propagação de um novo clado de mpox no leste da RDC, sua detecção em países vizinhos que não haviam relatado casos anteriormente e o potencial de dispersão adicional dentro da África e além são muito preocupantes.”

Esta é uma condição conhecida como PHEIC (Public Health Emergency of International Concern), um status atribuído pela OMS a eventos extraordinários que representam risco à saúde pública de outros países através da disseminação internacional de doenças. Tais surtos podem exigir uma resposta internacional coordenada.

Reunião do Comitê de Emergência e Declaração

O Comitê de Emergência, presidido pelo Dr. Dimie Ogoina, concordou de forma unânime que o atual surto de mpox é um evento extraordinário. Ogoina afirmou:

“O que temos na África é apenas a ponta do iceberg… Não estamos reconhecendo, ou não temos a visão completa, do fardo do mpox.”

A declaração de emergência foi feita após a África Centers for Disease Control and Prevention ter declarado o surto como uma emergência de segurança pública continental na terça-feira.

Dados do Surto de mpox

Desde o início do ano, mais de 17.000 casos de mpox e mais de 500 mortes foram registrados em 13 países africanos. A maioria dos casos, cerca de 14.000, está concentrada na RDC, representando 96% dos casos confirmados este mês.

Mpox: Uma Doença Viral de Transmissão Fácil

Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma doença viral que se espalha facilmente entre pessoas e a partir de animais infectados. A transmissão pode ocorrer pelo contato próximo, como toque, beijo ou relações sexuais, assim como através de materiais contaminados como lençóis, roupas e agulhas.

Sintomas comuns incluem febre, uma erupção cutânea dolorosa, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, baixa energia e linfonodos aumentados.

Histórico e Genética da Doença

Por décadas, a doença foi encontrada principalmente na África Central e Ocidental. No entanto, em 2022, começou a se espalhar pela Europa e América do Norte, levando a OMS a declarar uma emergência global em julho de 2022, que foi encerrada em maio de 2023.

A doença possui duas linhagens genéticas principais, conhecidas como clado I e clado II. O clado II foi responsável pela epidemia de 2022, enquanto o clado Ib, mais letal, é o responsável pelo atual surto.

Esforços Globais de Contenção e Pesquisa

O Diretor-Geral da OMS destacou a complexidade do surto, que envolve várias cepas e diferentes modos de transmissão em diferentes países:

“Não estamos lidando com um único surto de uma única cepa; estamos lidando com vários surtos de diferentes cepas em diferentes países, com modos de transmissão diversos e níveis de risco variados.”

Os Estados Unidos, embora não tenham registrado casos do clado I, estão acompanhando a situação através dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e oferecem financiamento, assistência e vacinas para apoiar os esforços na África.

A OMS destacou que a disseminação do vírus pode ser contida se forem tomadas as medidas corretas no momento certo, e reiterou a necessidade de cooperação internacional no financiamento e organização de esforços para controlar o surto, além de investir em pesquisas para entender melhor a cepa clado Ib e sua propagação.

Ações em Andamento para Controle do Surto

A OMS assinou o processo de Listagem de Uso Emergencial para vacinas contra o mpox e desenvolveu um plano de resposta regional que requer US$ 15 milhões, com US$ 1.5 milhão já liberados do Fundo de Contingência de Emergências da OMS.

  • Vacinação: O estoque atual é de meio milhão de doses da vacina, com previsão de produção de mais 2.4 milhões até o fim do ano.
  • As primeiras doses serão distribuídas à RDC e Nigéria.
  • Outras Medidas: A contenção do vírus também exigirá maior vigilância, diagnósticos e pesquisa para preencher lacunas de entendimento.

Dr. Maria Van Kerkhove, diretora do Departamento de Preparação e Prevenção de Epidemias e Pandemias da OMS, afirmou:

“Podemos interromper a transmissão do mpox com um esforço coordenado usando abordagens múltiplas.”

Ela destacou que há várias incertezas e que este é um momento crucial para apoiar os estados membros e a realização de pesquisas necessárias para entender o vírus.

Concluindo, a situação do surto de mpox emergência global requer ação urgente e coordenada de governos, organizações internacionais e comunidades. A disseminação rápida e a letalidade da cepa clado Ib tornam essenciais as medidas de vigilância, diagnóstico, vacinação e pesquisa contínua.

Para mais informações e atualizações contínuas sobre o surto, recomendamos seguir as diretrizes da OMS e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças em seu país.